mergulho no mistério de fato
afogo-me...
engasgo-me
de vida
respiro
ar e não me farto.
em
cada pulmão alvéolos de átomo
e
para que embaixo flutue
minhas
pernas afasto.
escuro
total se inicia
sem
os sentidos mais validos
me
resta apenas o tato
montanhas
escalo
e
no sopro mais quente
degelo
tudo:
himalaia,
rochosas, andes, ártico.
crateras
avanço e nelas caio
centro
da terra me encontro
mas
não me acho.
perfuro
tetos
e
pisos encaixo.
caminho
em sentido reto e contrário
consumo
o sal da terra
momento
em que ponho pressão abaixo.
fundo
vermelho
sangue
com glóbulos brancos
canoa
redonda
repleta
de laços.
deito
e durmo
lentamente
sou devorado...
digiro-me.
dejeto
depurado.
escorro
para o solo da selva
penetro
a planta, a raiz
cresço
abundante,
verde
mato.
vôo
sem passarinho
procuro
um canto
mas
não me aninho.
encontro-me
completamente
oxigenado.
levito-me...
galáxias
enlaço
planetas
com sóis
cometas
mais astros
bilhões
de anos
em
um único passo.
trespassam
por mim
sem
colidir sistema algum
tamanho
o poder do infinito
e
do equilíbrio do espaço.
peso-me...
cargas
encaro
adenso-me
e negro caio.
explodo-me
em luzes
e
em chuvas de raio.
desapareço
no invisível
materializo
o abstrato.
me
elevo à quinta potência
e
deformo a equilibrada equação.
retorno
a morte em vida
a
vida em ressurreição
sistema
maior
certeza
assistida
da
inexorável transformação!
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