30 dezembro 2011

meta morfo (se)



















mergulho no mistério de fato
afogo-me...

engasgo-me de vida
respiro ar e não me farto.
em cada pulmão alvéolos de átomo
e para que embaixo flutue
minhas pernas afasto.

escuro total  se inicia
sem os sentidos mais validos
me resta apenas o tato

montanhas escalo
e no sopro mais quente
degelo tudo:
himalaia, rochosas, andes, ártico.

crateras avanço e nelas caio
centro da terra me encontro
mas não me acho.
perfuro tetos
e pisos encaixo.

caminho em sentido reto e contrário
consumo o sal da terra
momento em que ponho pressão abaixo.

fundo vermelho
sangue com glóbulos brancos
canoa redonda
repleta de laços.

deito e durmo
lentamente sou devorado...

digiro-me.
dejeto depurado.
escorro para o solo da selva
penetro a planta, a raiz
cresço abundante,
verde mato.

vôo sem passarinho
procuro um canto
mas não me aninho.
encontro-me completamente
oxigenado.

levito-me...
galáxias enlaço
planetas com sóis
cometas mais astros
bilhões de anos
em um único passo.

trespassam por mim
sem colidir sistema algum
tamanho o poder do infinito
e do equilíbrio do espaço.

peso-me...
cargas encaro
adenso-me e negro caio.

explodo-me em luzes
e em chuvas de raio.

desapareço no invisível
materializo o abstrato.

me elevo à quinta potência
e deformo a equilibrada equação.

retorno a morte em vida
a vida em ressurreição
sistema maior
certeza assistida

da inexorável transformação!


Nenhum comentário:

Postar um comentário