24 novembro 2011

confortbly numb



(para fabrice velasco)

tempo de estancar a dor...
ser a maldita
de um sentimento
da maldição do arrependimento
do desequilíbrio do imerso amor.

tempo de aniquilar seu nascimento
empunhar de frente o fato
tal qual uma cena de horror.

tempo de ser lenta
sem chá, fumo ou vapor.
assumir o momento
deixar que o tempo
diga o que não queres ouvir
por medo ou por pudor:

“você que tanto canta,
não se encanta mais com palavras.
você que tanto segue,
não consegue seguir na estrada.
você que tanto luta,
não indica absoluta a batalha.
você que tanto escreve,
não percebe o poder da cilada.
você que tanto culpa,
não julga nem fala nada.
você que tanto tenta,
agora sem tempo algum
desmarca e foge na hora marcada.
você que tanto envolve
devolve a cara à tapa.”

tempo de esquecer o esquecido
de prevalecer o escapulido
em lágrimas de rosto acumuladas.

tempo de recolher o que está dividido
de libertar a mágoa enrustida
vivida no momento de dor.

tempo de estreitar o não palpável
tempo de libertar um certo torpor
tempo de deixar ser dominado
pela dormência confortável
desse estado libertador!

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