26 agosto 2011

Budapeste ***** (Brasil/ Hungria/ Portugal, 2009)


Palavras: meio, ferramenta, poesia?! É o velho Chico Buarque nos encantando mais uma vez, que bom! Delicado, sutil e intenso, como tudo em suas criações. Difícil falar do filme sem ter lido o livro, mas como o próprio Chico aprovou a película, me darei a esse direito. Contado em pedaços, fragmentos de história, não cartesiana mas lógica, não natural. Digo que tem cheiro de cinema europeu - como nossos diretores são fantásticos! Somos capazes de tudo, qualidade que vem da mistura bem feita... Parabéns ao Walter Carvalho! Até então não conhecia o seu trabalho. O início não parece início, o meio não é meio e o fim?! Pra que o fim se a poesia "desaba por dentro" e se esparrama pelo chão! Fala do anonimato de um escritor (ghost writer) que parece consumir as palavras como o alimento necessário de todo dia. Precisa ficar oculto, lhe faz bem, mas como conviver com isso se a poesia é assassinada pelo mundo, pelas pessoas? Qual é o sentido da vida desse poeta que acredita no valor mais sublime da poesia, da palavra? Seria a morte ou a assunção de si mesmo? Não esperem um filme fácil ou arrebata-dor. Entrem na sala com uma "atitude desinteressada", como dizia o racionalista inglês Shaftesburry (não sei se é assim que se escreve...). Quem sabe não saiam mais poesia do que prosa, mais pensamento do que razão ou pelo menos mais humanos do que animais! Se não, vejam a arquitetura; Hungria velha que parece diminuir a velocidade da tecnologia, do mundo, das coisas... 
Não Percam!!!
ps-geralmente deixo para cá os comentários que "mais interessam": não poderiam faltar as mulheres no universo fantástico do Chico Buarque (por razões óbvias). Maravilhosas! Aproveitem amigos homens!

Obs.: São resenhas conceituais! Degusta lá!
Classificação (sujeita a alterações):
    *        encare se for capaz.  [cara, tá foda!]
   * *       então tá...  [oops...]
  * * *      se rolar, valeu!  [passatempo...]
 * * * *     vale a pena!  [massa, sô!]
* * * * *    corra e não perca!  [du caralho!]
( * ) estrelas entre parênteses, favor acrescentar: 
      "e tá de bom tamanho!"

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